sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Agora tudo... será passado!

Numa tarde de domingo, como todas as outras, Kelder e seu amigo Onix mexiam numas velharias do irmão de Onix, Teev. Quando Kelder achou um lindo chapéu de cores escuras, a poeira quase mudava aquele tom de vermelho que havia fascinado os olhos de Kelder, que o pegou sem hesitar para experimentar o objeto que o deixava abismado.

Colocou em seus cabelos presos, e sentiu um aperto, mas achou que era porquê o chapéu era velho... Logo sentiu uma mexida em seu couro cabeludo, eram raízes do chapéu que se infiltravam no cérebro de Kelder enquanto ele se remexia e pedia ajuda a Onix, Onix tentou ajudá-lo mas não conseguia, ele tinha uma convulsão enquanto perdia seu bronze da pele. Estava ficando branco como papel xamex, depois ficou azul, o tom da cor dos olhos foi mudando, estava avermelhado... As veias de Kelder pulsavam loucamente, quando pararam, se abaixaram, e sua mão ficou lisa e plana como uma folha de papel.

Kelder arranhava o chão com o pouco de sanidade que lhe restava, o coração de Kelder já não batia tão rápido, nem se sabia se era realmente Kelder que estava naquele corpo. E o chapéu de sua cabeça não saía. Onix lembrou-se de brazorgan. Era a certeza, ele estava prestes a se tornar um zorgan.

As veias de pavor que dominavam os vermelhos olhos de Kelder foram embora, literalmente, todas saíram num piscar de olhos. O coração de Kelder não batia mais. Uma leve pausa, Kelder não respirava, seu coração não batia...

Um amigo de Onix, que também presenciou tudo, foi checar se Kelder estava bem... Passou a mão nos pulsos de Kelder e deu um leve suspiro... Puxou a manga de sua camisa e viu a hora no seu relógio preto e azul. "15:45, perdemos o paciente." Ele disse, como num seriado de médicos.

O amigo de Onix se virou pra ele e mal percebeu que levou um soco que o jogou longe, foi na catedral local.

Era Kelder.

Onix estava assustado, chegava para traz suspirando, ou não... Ele não conseguia, sua respiração estava tampada... Ele só teve tempo de dizer o nome de seu melhor amigo que já não estava mais entre ele:

"kel?" - ele disse.

A resposta do monstro foi:

"kel não... kelzorgan"

Enquanto kelzorgan existir, tudo fará parte do passado, e tudo será um futuro. Um futuro maléfico e desumano... Um futuro dominado por chapéis vermelhos-escuros controlando corpos inocentes... Um futuro zorgan!

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